segunda-feira, 7 de julho de 2014

FELIPE ROSSI: Guerra & Paz... e o futebol do interior paulista

A Presidenta enviou para Neymar uma carta como se a Copa fosse uma guerra: o que isso pode representar para a torcida? (Foto: Reprodução)
Escrito por Felipe Rossi* (com Saulo Marino)

Durante Copas do Mundo o Brasil inteiro para, “cresce” o nacionalismo e o ufanismo. A população se emociona, as bandeiras se multiplicam aos montes. Até parece que o país está em guerra! E esse é o ponto que pode demonstrar nosso pior lado.
No Brasil o futebol substitui a guerra. E nos tempos de Copa nossa pátria veste “calções e chuteiras”, como certa vez disse Nelson Rodrigues. Mas se o célebre autor queria apenas que a seleção canarinho jogasse futebol, não podemos dizer o mesmo da grande mídia, que insiste em usar termos como “guerreiros”, “raça”, “campo de batalha”, “marcha”... até a presidenta Dilma aderiu a guerra.
Mas a última vez que o país participou diretamente de uma guerra foi em 1944 quando a Força Expedicionária Brasileira participou da invasão à Itália durante a Segunda Guerra Mundial, ou estou enganado?
É preciso fazer uma ressalva: com esse “nacionalismo” também aumentam as práticas violentas, como o racismo, a xenofobia e a intolerância. Discursos de ódio surgem a todo momento e a mídia os reforça, buscando promover certas situações. Zuñiga, ficou conhecido como “o colombiano que tirou o Neymar da Copa”, e logo suas contas no facebook, twitter e instagram foram inundadas por ofensas racistas e até ameaças de morte.
Outra questão clássica: para que incentivar a rixa entre brasileiros e argentinos, como quando Galvão Bueno diz “ganhar é bom, mas ganhar da Argentina é melhor ainda”, ou ainda em uma simples propaganda de cerveja – clique aqui para assistir. Esse discurso repetido diversas vezes pode nos atingir de maneira inconsciente. Mas será que existem inimigos no futebol?

Contraponto

Essa mesma imprensa, que inferniza nos grandes eventos, felizmente não aparece com tanta força em jogos de menor porte, como os praticados em São Carlos. Eis uma grande vantagem para o público que gosta de acompanhar as partidas de futebol: no interior paulista um jogo pode, e deve, ser apenas entretenimento!
Apesar da “propagação da violência” nos grandes centros ser quase que introjetada, proponho fazermos o seguinte exercício: acompanhar o futebol por prazer, pelo simples fato de assistir ao espetáculo, ou seja, ir ao estádio “apenas para assistir uma partida futebol, como se vai ao cinema para ver um filme, ou ao festival para escutar a música”, como disse Saulo Marino, editor deste Blog.
Pode ser que, de repente, tenhamos um Brasil e Argentina na final da Copa do Mundo; de qualquer forma o Campeonato Sub-20 voltará com um confronto regional cheio de rivalidade, entre São Carlos e Ferroviária. Será que podemos assistir a essas partidas sem que a plateia perca a essência?


BOLA EM JOGO:

Águia vence no Tribunal
O São Carlos conseguiu manter o placar de 1 a 0 sobre o Independente de Limeira na justiça! Agora o jogo vai recomeçar aos 20 minutos do primeiro tempo, com o placar favorável à Águia da Centra - clique aqui para saber mais.

Peneirada
A diretoria do São Carlos FC divulgou a lista de aprovados após as peneiras realizadas pelo clube! Confira clicando aqui, e veja se você passou...

Tá bão demais!
Mais uma rodada incrível do Campeonato Amador de São Carlos! Desta vez, o São José bateu o Mogi pelo placar simples de 1 a 0. Detalhe: a equipe teve três jogadores expulsos, mas conseguiu vencer!

Com o coração
É bem verdade que o Brasil está caminhando aos trancos e barrancos nessa Copa do Mundo, mas a disposição dos jogadores tem feito a diferença! E o fator casa também!

Seis estrelas...
A Alemanha será nossa próxima adversária... Se vencer, tem final! Quem sabe na próxima segunda não escrevo como um hexacampeão? #VaiBrasil #RumoAoHexa


*Felipe Rossi tem 23 anos e é jornalista esportivo, além de graduando em Ciências Sociais na UFSCar. Apaixonado pelos time da Cidade do Clima, frequenta as arquibancadas do Luisão desde o final da década de 1990.

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