Para João Victor, o atacante Fred, camisa 9 da seleção brasileira, é um jogador limitado (Foto: Gaspar Nóbrega/Vipcomm) |
Escrito por João Victor
Gonçalves*
Zebras em Copa do Mundo não são
tão raras assim. Muitos se lembram de Senegal em 2002 ou estão espantados e, ao
mesmo tempo, satisfeitos com o desempenho da Costa Rica em 2014. Situações
curiosas envolvendo o ambiente também: desde o Hino à Bandeira Brasileira,
executado em 1986, até a ausência dos hinos no jogo Honduras e França, em 2014.
Muitas histórias folclóricas podem ser lembradas.
Mas o que me motiva nesta semana
é algo que está além do curioso ou inesperado: para alguns, pode até ser
classificado como sobrenatural. Trata-se da “mística”. Sim, mística, termo
abstrato que se torna concreto a cada quatro anos com atuações características
de determinadas Seleções.
A primeira destas seleções que
merece destaque é o Uruguai. Ao ver o triunfo charrua sobre os italianos,
passou-me pela mente aquela velha questão: qual é a explicação genética para
essa história gloriosa da Celeste Olímpica?
Sim, genética, já que não sei se
há algo cultural, social ou histórico plausível para justificar a bravura, a
qualidade e os feitos de um povo tão pequenino a nível demográfico, mas gigante
quando o assunto é o futebol. Talvez a explicação não passe muito longe do que
comumente chamamos de “mística celeste”...
Também podemos chamar o que
envolve o Brasil nesta Copa de algo místico. Nem tanto pelo ufanismo dos
torcedores nas arquibancadas ou, de maneira contrária, pelos lances polêmicos
contra Croácia e Camarões (os quais os mais ranzinzas atribuirão a uma “ajuda
do universo” que ocorre desde o lance de Milton Santos contra a Espanha na Copa
de 62), mas sim pela capacidade que a Camisa Canarinho tem de transformar
jogadores limitados tecnicamente como Fred e Hulk na esperança de 200 milhões
de torcedores. Místico!
Também não podemos nos esquecer
de certa mística negativa que acompanha os ingleses. A cada Mundial, os
britânicos não conseguem transformar a eterna alcunha de “Inventores do Foot-ball”
em algo efetivo dentro das quatro linhas - justificando que a Copa de 66 foi
obtida mais pela influência britânica (versão da Rainha para nosso jeitinho
brasileiro), do que pelo talento no gramado.
Pouco antes de chegarmos as
oitavas de final, torcerei para que a “mística Canarinho” prevaleça sobre as
demais; ou que, ao menos, para que a mística dos Hermanos tenha uma queda
proporcional à empolgação da torcida com seu time. E será que a mística mexicana
do “Jugamos como nunca, perdimos como siempre”, estará presente novamente? São
respostas que os próximos dias trarão e que, certamente, serão justificadas
pela história.
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