quinta-feira, 26 de junho de 2014

JOÃO VICTOR: As místicas da Copa do Mundo

Para João Victor, o atacante Fred, camisa 9 da seleção brasileira, é um jogador limitado (Foto: Gaspar Nóbrega/Vipcomm)
Escrito por João Victor Gonçalves*

Zebras em Copa do Mundo não são tão raras assim. Muitos se lembram de Senegal em 2002 ou estão espantados e, ao mesmo tempo, satisfeitos com o desempenho da Costa Rica em 2014. Situações curiosas envolvendo o ambiente também: desde o Hino à Bandeira Brasileira, executado em 1986, até a ausência dos hinos no jogo Honduras e França, em 2014. Muitas histórias folclóricas podem ser lembradas.
Mas o que me motiva nesta semana é algo que está além do curioso ou inesperado: para alguns, pode até ser classificado como sobrenatural. Trata-se da “mística”. Sim, mística, termo abstrato que se torna concreto a cada quatro anos com atuações características de determinadas Seleções.
A primeira destas seleções que merece destaque é o Uruguai. Ao ver o triunfo charrua sobre os italianos, passou-me pela mente aquela velha questão: qual é a explicação genética para essa história gloriosa da Celeste Olímpica?
Sim, genética, já que não sei se há algo cultural, social ou histórico plausível para justificar a bravura, a qualidade e os feitos de um povo tão pequenino a nível demográfico, mas gigante quando o assunto é o futebol. Talvez a explicação não passe muito longe do que comumente chamamos de “mística celeste”...
Também podemos chamar o que envolve o Brasil nesta Copa de algo místico. Nem tanto pelo ufanismo dos torcedores nas arquibancadas ou, de maneira contrária, pelos lances polêmicos contra Croácia e Camarões (os quais os mais ranzinzas atribuirão a uma “ajuda do universo” que ocorre desde o lance de Milton Santos contra a Espanha na Copa de 62), mas sim pela capacidade que a Camisa Canarinho tem de transformar jogadores limitados tecnicamente como Fred e Hulk na esperança de 200 milhões de torcedores. Místico!
Também não podemos nos esquecer de certa mística negativa que acompanha os ingleses. A cada Mundial, os britânicos não conseguem transformar a eterna alcunha de “Inventores do Foot-ball” em algo efetivo dentro das quatro linhas - justificando que a Copa de 66 foi obtida mais pela influência britânica (versão da Rainha para nosso jeitinho brasileiro), do que pelo talento no gramado.
Pouco antes de chegarmos as oitavas de final, torcerei para que a “mística Canarinho” prevaleça sobre as demais; ou que, ao menos, para que a mística dos Hermanos tenha uma queda proporcional à empolgação da torcida com seu time. E será que a mística mexicana do “Jugamos como nunca, perdimos como siempre”, estará presente novamente? São respostas que os próximos dias trarão e que, certamente, serão justificadas pela história.

*João Victor Gonçalves é blogueiro do Globo Esporte, estudante de Medicina, tem 19 anos e é  torcedor de São Carlos FC e Paulistinha, além do extinto Grêmio. Sempre presente nas históricas arquibancadas do Luisão!

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