terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

SÉRIE B: Em busca do acesso, Fernandópolis contrata três ex-jogadores do Paulistinha

Wilson espera conseguir o acesso para ter mais oportunidades no futebol profissional (Foto: Arquivo)
Escrito por Gustavo Curvelo & Saulo Marino

Foram quatro meses desempregados desde que o Campeonato Paulista da Segunda Divisão terminou para o Paulistinha, mas os jogadores Wilson, Ryan e Rubens Tuco finalmente assegurarem contrato para a temporada 2014.
Os três atletas jogarão novamente a Série B, desta vez pelo tradicional Fernandópolis, que busca o acesso para a Série A3 há 19 anos. No caso do polivalente Ryan, que no Paulistinha chegou a atuar como lateral-direito, zagueiro e volante, a oportunidade só pôde ser conseguida depois do trabalho no CAP, equipe que o recolocou no futebol. “Eu estava encostado no São Carlos, e aí o Gilmar e o Dedé me chamaram para fazer parte do Paulistinha. Deixo a cidade de São Carlos para trás com o sentimento de dever cumprido”, comenta.
Quem também está feliz com a chance é Rubens Tuco. Responsável direto pela articulação do meio-campo do Paulistinha no ano passado, e dono da camisa 10, o jogador diz estar ansioso para defender o novo clube. “A expectativa é das melhores. Tenho certeza que vamos montar um bom time em busca do nosso principal objetivo, que é o acesso.
Para Tuco, o tabu de quase duas décadas sem subir de divisão não intimida. Pelo contrário, anima ainda mais. “A pressão vai ser maior, mas acredito que este será o ano do acesso”.
Acesso é a palavra que não sai do vocabulário do zagueiro Wilson, que comemora o retorno ao futebol depois de quatro meses parado. “É muito bom poder voltar a jogar e fazer aquilo que nós gostamos. Será uma briga saudável com os companheiros, mas vou me empenhar o máximo para estar entre os titulares. Quero marcar meu nome na história do clube”, afirma o xerifão.
O Fernandópolis está no Grupo 2 da Segunda Divisão ao lado de Internacional de Bebedouro, Barretos, Olímpia e Tanabi. A estreia acontece no dia 6 de abril, um domingo, às 10h, contra a Internacional em Bebedouro.

Vácuo no calendário

Em 2013 o Paulistinha não teve um calendário anual para atuar, jogando apenas o Campeonato Paulista da Segunda Divisão. Por esse motivo, segundo o movimento Bom Senso FC, cerca de 16 mil atletas ficam desempregados ao final dos estaduais. Segundo eles, falta um ‘calendário mais democrático e inclusivo’ para o futebol brasileiro. Afinal, enquanto os clubes de menor expressão jogam em média 17 jogos por ano, os times da elite podem entrar em campo até 85 vezes.
Dos 15 jogadores que compuseram a base do elenco do Tio Patinhas no ano passado, até agora 11 estão empregados em 2014. São eles: o goleiro Alison (Social-MG), os zagueiros Juninho (Nacional de Muriaé-MG) e Lucas Cezane (Matonense), o volante Renan Balbi (São Carlos), o meia Mario Willian (Guaçuano), o lateral esquerdo Luan (Tupã), e os atacantes Robinho (Tupã) e Luizão (Nacional de Muriaé-MG), além de Wilson, Ryan e Rubens Tuco, citados no início da reportagem.
O Bom Senso acredita que o desequilíbrio no calendário traz inúmeros malefícios ao futebol brasileiro. “A dificuldade dos clubes de menor expressão se estruturarem, se desenvolverem e se tornarem economicamente auto suficientes (...) e os grandes do país sofram com o alto índice de lesões de seus atletas e com a ausência de seus principais jogadores durante as datas FIFA”.
“Esta confusão tem atrapalhado o aprimoramento técnico, tático e físico do futebol praticado no Brasil e, por este motivo, é necessário desenvolver um novo calendário para garantir um futebol de melhor qualidade para os grandes e de maior sustentabilidade para os pequenos”, explica o grupo, através do seu site oficial.

Em dezembro de 2013, o Futebol de São Carlos chegou a fazer uma reportagem mostrando a dificuldade dos atletas que levaram o Paulistinha a última fase da Série B em conseguir um emprego no ano da Copa do Mundo no país do Futebol. Clique aqui e confira.

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