Itamar Schülle em ação; treinador do Novo Hamburgo passou pelo São Carlos em 2006 (Divulgação/ECNH) |
Escrito por João Victor
Gonçalves*
Desfrutando do futebol na noite
de quarta-feira, pude acompanhar a classificação do Novo Hamburgo para as oitavas
de final da Copa do Brasil após uma emocionante vitória sobre o ABC de Natal.
Entre a euforia de parte da torcida, que invadiu o campo, vi um careca
conhecido da torcida são-carlense: Itamar Schülle, treinador que está à frente
do “Nóia” (curioso apelido do time gaúcho). Parece que foi ontem, mas já faz
oito anos que o comandante esteve à frente do São Carlos FC, indo embora com o
rótulo de retranqueiro.
Retranqueiro. Talvez ninguém
tenha justificado tanto este apelido entre os comandantes do São Carlos FC como
Felício Cunha. Com o rótulo de Campeão do Mato Grosso do Sul, o treinador chegou
em São Carlos e trouxe alguns atletas de sua confiança em sua primeira
passagem, no ano de 2009. Voltou em 2011 e, após um início fatídico na Série A2
de 2012, foi mandado embora com uma taxa de rejeição poucas vezes vista na Cidade
do Clima.
Campeões regionais também fizeram
parte da curta, mas rica história da Águia. Na memória dos aficionados, o
estrago feito pelo trabalho iniciado pelo Campeão Indígena Roberto Oliveira e
seus homens de confiança foi o pontapé inicial para o rebaixamento do clube à
quarta e última divisão paulista. “Homens de confiança” que também estiveram
presentes em outras trágicas ocasiões, como a vinda de Doriva Bueno e seu fiel
escudeiro Shizo, jogador de maior destaque na filial do XV de Jaú montada em
São Carlos para a disputa da Série A3 de 2007.
Interinos também tiveram seus
momentos de destaque no banco de reservas do Luisão. O mais clássico deles,
Cilinho. Por seu trabalho à frente dos Juniores ou suas breves passagens pelo time
profissional, os gritos de “Mexe no time, Cilinho” ou “Cilinho retranqueiro,
põe mais um atacante” eram constantes e quase folclóricos nas arquibancadas do
nosso estádio durante os primeiros anos do Sanca. Posteriormente, Guilherme
Dalla Dea merece ser lembrado. Este último encheu a cidade de orgulho ao
conquistar nosso último resultado positivo no derby regional contra a
Ferroviária S/A: 3-2 em pleno Governador Adhemar de Barros (sim, leitor, este é
o nome oficial da famosa Fonte Luminosa ou, para os moderninhos, Arena da
Fonte). Recentemente, o ex-interino e bom moço Rodrigo Santana entrou para os
anais do futebol são-carlense como um dos responsáveis pelo fiasco na A3 2014.
O São Carlos FC também contou com
salvadores no banco de reservas: além do primeiro treinador Nei Silva, campeão
em 2005, que voltou em 2008 para evitar a queda à Segunda Divisão e quase
conquistou o acesso à A2, merecem destaque Geime Rotta e Edmilson de Jesus: o
primeiro obteve sucesso na manutenção da equipe na divisão de acesso do futebol
paulista em 2012; já o segundo, após evitar a queda à Segunda Divisão em 2010,
quase repetiu o sucesso com a equipe já na Série A2 em 2013.
Podemos fechar nossa revisão
histórica dos treinadores da Águia com os que tiveram passagem relâmpago:
Sérgio Guedes, Marco Antônio Machado, João Martins (sim, em 2006 Martins sequer
chegou a comandar a equipe em uma partida profissional; voltaria cinco anos
depois, como solução emergencial para uma edição da A3 tida como perdida, sendo
o “Marechal da Vitoria” – Paulo Machado de Carvalho que me perdoe, lá do céu,
pelo uso de sua famosa antonomásia – na conquista do acesso à A2), João Carlos
Serrão... estão na história, mas talvez não na memória (exceção feita, claro, a
João Martins) de quem frequenta o Luís Augusto de Oliveira, nosso Estádio do
Luisão.
Além de despertar certo
saudosismo, as recordações dos amigos que, como eu, frequentam regularmente os
jogos da Águia, a coluna de hoje quer relembra os treinadores do São Carlos FC,
e deixar no ar as perguntas que todo amante do clube faz: quem será nosso
comandante na dura disputa da Segunda Divisão do Futebol Paulista (que na
verdade é a quarta divisão) em 2015? Quem nos tirará do fundo do poço e buscará
devolver a dignidade à cidade de São Carlos no cenário esportivo paulista?
Seria Gilmar Rodrigues o próximo nome folclórico a assumir o banco do único
representante da cidade no futebol profissional? Aguardemos.
*João Victor Gonçalves é blogueiro do Globo Esporte,
estudante de Medicina, tem 19 anos e é
torcedor de São Carlos FC e Paulistinha, além do extinto Grêmio. Sempre
presente nas históricas arquibancadas do Luisão!
Nenhum comentário:
Postar um comentário