segunda-feira, 14 de abril de 2014

FELIPE ROSSI: Arrogância custa caro, mas quem paga desta vez?

O colunista Felipe Rossi estreia garantindo que o meia Rafael Oller será negociado (Foto: Divulgação/São Carlos FC)
Escrito por Felipe Rossi*

Um misto de emoções transborda pelas próximas linhas deste texto: a alegria de escrever minha primeira coluna neste espaço que será encoberta pela tristeza do rebaixamento do São Carlos Futebol Clube, além de um sentimento de mágoa misturado com raiva pela indiferença gigantesca dos novos gestores do clube nessa situação medíocre em que o clube chegou.
Em nove anos, o São Carlos FC foi liderado por Julinho Bianchim, empresário de nossa cidade. Neste período, o clube conquistou dois acessos (2005 e 2011) sendo campeão em seu primeiro torneio, o Campeonato Paulista da Segunda Divisão. Porém, a Águia da Central amargou o descenso após seu segundo ano na divisão de acesso do futebol paulista (Série A2); episódio que marcou o fim da Era Julinho na equipe, após quase uma década sem qualquer apoio político ou retorno financeiro.
Havia uma solução: buscar um investidor. E veio o português Carlos Antunes, da cidade de Santos. Com seu orgulho, seu dinheiro e uma numerosa diretoria, chegou prometendo muito, mas fazendo pouco. Em campo, montou um grupo ruim para a Copa Paulista, comandado pelo são-carlense Roberto Oliveira, cria do futebol tocantinense. Mostrou-se fraco, mas ficou. Assim como boa parte do elenco, montado por empresários loucos por grana.
Chegou a Série A3, era a hora de mostrar serviço! Não mostrou. Chegaram atletas piores que os que aqui estavam; atletas importantes se lesionaram (como o zagueiro Éverson e o goleiro Filippi) e não houve reposição. Roberto Oliveira foi demitido e o que poderia ser uma solução, se tronou problema: o técnico da base, Rodrigo Santana, assumiu interinamente e assim ficou até o fim.
Nos bastidores, confusões ainda maiores: jogadores forçando ou pedindo dispensa aos montes, casos de Jordy Guerreiro, Amarildo, Carlos Alberto, Valmir (que nem deveria ter vindo); cozinheiras do clube sem receber o FGTS, ônibus apedrejado, brigas no vestiário... Poderíamos listar os erros, mas de nada adianta isso agora, seria como abrir os olhos no escuro.
Fica, então, a tristeza por mais uma queda e a lamentação em saber que, desta vez, quem é da cidade fica e chora, e quem não é, pode ir embora sorrindo a qualquer hora.

BOLA EM JOGO:

Tudo está parado
Futebol profissional em São Carlos, só em 2015. No mínimo, um ano parado.

Humildade é o caminho
Se Carlos Antunes deixar sua arrogância de lado, poderia chamar o Julinho de volta ao clube, afinal ele ainda é vice-presidente, né?

Cão de guarda
Julinho poderia ser no mínimo o cão de guarda do torcedor são-carlense, que já não confia mais no Carlos Antunes.

Volta Julinho!
Com Julinho e seus homens de confiança, o São Carlos não rebaixaria em uma Série A3 tão fraca...

Boa sorte
Rafael Oller está fazendo as malas! Vasco já teve uma proposta rejeitada, mas Santos e São Paulo também estão de olho no garoto.


*Felipe Rossi tem 23 anos e é jornalista esportivo. além de graduando em Ciências Sociais na UFSCar. Apaixonado pelos times da Cidade do Clima, frequenta as arquibancadas do Luisão desde o fim da década de 1990.

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