quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

OPINIÃO: Os homens do apito

João Victor: "Fico assustado com o nível da arbitragem na Série A3, reflexo das atuações da categoria a nível nacional" (Foto: Gustavo Curvelo)
Escrito por João Victor Gonçalves*

O tema da coluna de hoje está dentro das quatro linhas; porém, longe do contato com a bola. Seus instrumentos de trabalho são apitos, spray, cronômetro e cartões. Sim, já está claro que falarei da arbitragem. Porém, a menção a esta categoria de protagonistas do espetáculo, em 99%, é negativa. Hoje não será diferente.
Fico assustado com o nível da arbitragem no Campeonato Paulista da Série A3 até aqui, a qual não é nada mais que o reflexo das atuações da categoria a nível nacional. Falta de critério, decisões polêmicas, erros técnicos... o rol de atitudes equivocadas dos homens do apito é extenso e merece nossa atenção.
Dois jogos do São Carlos no Luisão merecem destaque: no confronto contra o Noroeste, ficou evidente a falta de critério do árbitro Cristiano de Lazzari. Após ignorar uma série de faltas passíveis de punição com cartão amarelo, saiu distribuindo a torto e direito as tarjetas nos minutos finais do encontro. Sua atuação foi equivalente à das equipes na ocasião, naquela que foi uma das partidas com pior nível técnico da competição até aqui.
Inversamente proporcional à atuação de gala do São Carlos contra o Independente foi a do árbitro Marco Antônio Gomes Filho. Exceção feita à expulsão de Lucas Franco (causada mais por imprudência do jogador que por rigor da arbitragem), as decisões capitais do árbitro foram contestáveis. O pênalti sobre Negueba e outras duas possíveis ocasiões de pênalti em que Hédipo foi derrubado na área poderiam inverter completamente o placar da partida. O auxiliar número 1, Victor Silvério Martini, errou na não-marcação de impedimentos facilmente distinguíveis por boa parte dos 295 pagantes que foram ao Luisão. Se a tarde de superação da Águia dificilmente será esquecida pelos torcedores, a da arbitragem, por motivos opostos, será lastimada por um bom tempo.
Mas a parcela de culpa do elenco do São Carlos FC em decisões relacionadas à arbitragem também não pode ser esquecida. Exceção feita às partidas contra o Noroeste e a Santacruzense, em todos os outros encontros a Águia da Central teve um atleta expulso e/ou cometeu um pênalti. A atenção à disciplina e critérios “excêntricos” da FPF (como a orientação de marcar faltas em quaisquer toques da mão na bola, sejam intencionais ou não) deve ser destacada por Rodrigo Santana e sua comissão técnica.
Para a partida contra o tradicional América de São José do Rio Preto, fica a expectativa de um resultado positivo do atento São Carlos. Já para os homens do apito, fica a esperança de uma atuação com o menor número de erros possível. Dessa maneira, a mãe do Sr. Homem do Apito será bem lembrada, os alambrados serão preservados e, certamente, teremos um espetáculo digno no gramado do Luisão.

*João Victor Gonçalves é blogueiro do Globo Esporte (Futebol na Oceania), estudante de Medicina, tem 18 anos e é  torcedor de São Carlos FC e Paulistinha. Sempre presente nas históricas arquibancadas do Luisão

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