COPA SP: Mesmo prejudicados com mando de campo, 'pequenos' estão nas oitavas

Pasmo, atacante palmeirense vê os jogadores do Flamengo comemorarem a classificação (Foto: Divulgação/SEP)

Escrito por Gustavo Curvelo

Quando avançaram para a segunda fase da 45ª Copa São Paulo de Futebol Júnior, nem os mais pessimistas torcedores de São Carlos Futebol Clube, Associação Atlética Flamengo e Clube Atlético Taboão da Serra imaginaram o que poderia acontecer com seus clubes. Donos de campanha invejáveis, estes três dos representantes do futebol paulista acabaram prejudicados pela Federação Paulista de Futebol.

O problema começou logo após serem definidos os estádios que receberiam os jogos da segunda fase da competição. Donos de campanhas superiores aos adversários, os três clubes não puderam jogar em suas cidades.

No caso do São Carlos, a equipe se classificou jogando em casa e obtendo o primeiro lugar do Grupo H, com sete pontos conquistados. Enquanto isso, o Coritiba, adversário da segunda fase, fez apenas seis pontos no Grupo G, com sede em Novo Horizonte, local escolhido pela FPF para receber a partida, deixando o Estádio Luisão, na Cidade do Clima, para receber o confronto entre Flamengo de Guarulhos e Palmeiras, outro jogo com bastante confusão extra-campo.

Isso porque o Corvo Guarulhense se classificou com 100% de aproveitamento e obteve a segunda melhor campanha geral da primeira fase, mas teve que se deslocar cerca de 230 km para enfrentar o quinto melhor segundo colocado pelo índice técnico. Não bastasse isso, pessoas ligadas a diretoria do rubro-negro afirmaram que a FPF alegou que alterou o local da partida por conta da capacidade do estádio Antônio Soares de Oliveira, que supostamente não comportaria as duas torcidas. Entretanto, o estádio já recebeu equipes como o Fluminense-RJ durante a edição da Copinha de 2009.

Outro prejudicado foi o Taboão da Serra. Na primeira fase, o Cão Pastor conquistou os 9 pontos possíveis, mandando os jogos em seu estádio, o Vereador José Ferez, mas viu o São Bernardo, que conquistou apenas sete pontos, poder contar com o apoio da torcida na fase seguinte, jogando no estádio Baetão, em São Bernardo do Campo.

Mas as três equipes tem mais do que apenas o prejuízo de jogar fora de casa em comum. Ambas não eram favoritas, mas conseguiram vencer seus adversários e avançaram de forma heroica as oitavas de final. O São Carlos conquistou uma vitória dramática nos pênaltis contra o Coritiba após empate por 2 a 2 no tempo normal. O Flamengo venceu o Palmeiras por 4 a 3, e o Taboão da Serra triunfou pelo placar de 3 a 2.

Opinião do torcedor

Como esperado, a torcida do Flamengo de Guarulhos está insatisfeita com a filosofia implantada pela FPF. Entre as reclamações, a mais citada foi a falta de organização da entidade. “Nosso sentimento é de revolta. A gente só conseguiu arrumar um ônibus às pressas e muita gente de Guarulhos que queria acompanhar o Flamengo não pôde vir”, alega o torcedor Ednilson Nascimento. Para ele, o fato de jogar longe de casa poderia influenciar em uma possível eliminação do clube.

“Isso prejudica o time. A Federação Paulista não tem critérios e vai favorecer sempre os grandes clubes”, protesta. “Alegaram que em Guarulhos não tem segurança, mas o estádio já recebeu o São Paulo em uma semifinal da Copinha contra o Figueirense”, recorda o torcedor, referindo-se à edição de 2008, quando o Figueirense venceu a partida e dias depois tornou-se o campeão do torneio.