Atletas comemoram gol, momento máximo do futebol. Diversos jogos foram disputados na cidade em 2013 (Foto: Saulo Marino) |
Escrito por João Victor
Gonçalves*
Profissionalmente, a temporada
2013 do futebol são-carlense está encerrada. Com o rebaixamento para a Série A2
e a fraca campanha da Águia na Copa Paulista, o “quase” acesso do Paulistinha à
Série A3, além da desclassificação das equipes de base nos estaduais de suas
respectivas categorias (Paulistinha Sub15 e Sub17, além do São Carlos Sub20), o
ano pode não ser classificado como glorioso para nossa terra, mas também não
foi dos piores.
É inegável que uma grande
quantidade de jogos pôde ser vista no Luisão neste ano, para delírio dos
amantes do futebol de nossa cidade. Arrancando gritos de raiva ou felicidade de
cada torcedor, proporcionando o sustento a cada vendedor ambulante e alegrando
as tardes de sábado e manhãs de domingo na Cidade do Clima, o futebol cumpriu seu
papel social no município, comprovando sua capacidade de ser uma fonte de lazer
para toda a população.
O intervalo que ocorre entre o
fim do Campeonato Paulista da Segunda Divisão e o início da Copa São Paulo de
Futebol Jr. deixa o torcedor são-carlense na expectativa para a próxima
temporada; além de proporciona uma reflexão: o que seria de São Carlos sem o
futebol?
Muitas cidades do nosso interior
não contam com a alegria de possuir um time profissional representando-as nos
campeonatos organizados pela FPF. A vaga para tal condição, diversas vezes, é
motivo de disputa financeira entre municípios, como pudemos ver recentemente
nos casos das fracassadas transferências de equipes para Presidente Prudente e
Americana. Apesar de não serem bem-sucedidas, essas mudanças servem para nos
alertar sobre as condições oferecidas por São Carlos até aqui para seus clubes
profissionais.
Estruturalmente, o Estádio
Municipal Prof. Luís Augusto de Oliveira, templo do futebol da nossa cidade,
está entregue às traças: problemas na cobertura, cabines de imprensa pequenas e
dominadas pelas pombas (habitantes mais famosas do local), arquibancadas sem
pintura, com rachaduras, banheiros deficitários...
Para ser exato, entraremos no 13º
ano seguido de “abandono” do principal recinto esportivo do município (mais
utilizado que o tão afamado Ginásio Milton Olaio Filho, no qual a presença de
equipes locais é rara – para não dizer que nunca ocorrem). Enquanto alguns
“sonhadores” pensam na possibilidade de venda do Luisão e construção de um novo
estádio, eu, como cidadão e eleitor, ficaria muito satisfeito com uma simples
reforma, que deixasse esse patrimônio são-carlense numa condição, ao menos,
decente.
Financeiramente, o aporte do
município para suas equipes é irrisório, haja vista ao potencial econômico do
município. Empresas multinacionais instaladas aqui se dão ao luxo de não apoiar
nenhuma prática esportiva na cidade, sem que haja qualquer tipo de pressão ou
incentivo do Poder Público Municipal. O esporte são-carlense não recebe de presente
sequer um lápis, uma toalha, um compressor, uma geladeira, um automóvel...
Questões como a possibilidade de
construção de um CT para o São Carlos FC e o incentivo fiscal ao Paulistinha
não entrarão no mérito desta coluna. A parada temporária do futebol
são-carlense serve de lição para que saibamos valorizar nossas equipes; o
torcedor local, por sinal, muitas vezes não faz sua parte: as médias de
públicos durante a temporada foram irrisórias, não condizendo, principalmente,
com o nível do campeonato disputado pelo São Carlos FC (Série A2) e a campanha
feita pelo Paulistinha na Segundona (que chegou à Fase Final).
Quem sabe o sentimento vivenciado
nestas férias não seja um alerta para maiores ações por parte da cidade como um
todo, evitando assim que esse período não seja apenas “temporário”...
*João Victor Gonçalves é blogueiro do Globo Esporte (Futebol na Oceania), estudante de Medicina, tem 18 anos e é torcedor de São Carlos FC e Paulistinha. Sempre presente nas históricas arquibancadas do Luisão.
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