Com Gilmar como técnico, Paulistinha fez sucesso na Série B de 2013 (Foto: Saulo Marino) |
Escrito por Gustavo Curvelo
Começa neste sábado (5) mais uma
edição da Série B do Campeonato Paulista, equivalente à quarta divisão do futebol
do estado de São Paulo. Neste ano, com 39 equipes, o torneio não terá nenhum representante
de São Carlos, diferente do que aconteceu em 2013, quando o Clube Atlético
Paulistinha ficou em 6º lugar entre 45 participantes, chegando muito perto do
acesso.
Na época, um dos principais responsáveis
pela campanha foi Gilmar Rodrigues, que acumulou o cargo de técnico e dirigente
do CAP. Conhecedor da competição como poucos, ele relembrou, com exclusividade
para o Futebol de São Carlos, as dificuldades de jogar o torneio.
“Sem dúvida a Segunda Divisão é o
campeonato mais difícil de conquistar o acesso no Brasil, porque é um torneio
muito longo, estressante, com alguns estádios ruins e algumas equipes de um
nível técnico muito baixo, dificultando o futebol de equipes como o Paulistinha
de 2013, que era bastante técnica”, analisa Gilmar.
Outro ponto ressaltado pelo
diretor foi a questão financeira, que além de afastar o Tio Patinhas da
competição no ano da Copa do Mundo, também fez com que equipes da região como
Américo e Palmeirinha optassem pelo licenciamento. “Tenho saudades da Bezinha e
queria disputar novamente, mas se eu fosse montar um elenco seria para chegar
ao acesso, e não simplesmente para participar. Infelizmente não foi só o
Paulistinha, aconteceu com outros times também, a situação financeira
compromete. Não ter apoio e querer disputar acesso é complicado, pois o custo é
alto”.
“Hoje o futebol brasileiro
precisa investir em jogadores mais novos, e isso está comprovado que dá
resultado. O maior exemplo é o Santos, que todo ano tem revelado bons nomes”, comenta,
fazendo referencia ao regulamento do torneio, que permite atletas com até 23
anos de idade, com exceção feita a três jogadores por clube.
O segredo do sucesso
Para os times que sonham chegar
longe, Gilmar compartilha a fórmula do seu sucesso. “O Paulistinha deixou um
legado na Segunda Divisão, que foi o do futebol técnico. Até hoje muito
dirigentes comentam que a Bezinha não será mais a mesma depois da nossa
passagem, pois inovamos na forma de jogar, evitando chutões e sempre procurando
o gol”.
“Eu sabia que o Paulistinha daria
certo, até porque fiz um trabalho apenas com meninos de São Carlos em 2010, e
mesmo o time sendo eliminado na primeira fase, usei aquilo como experiência
para 2013, então não me surpreendo com nosso desempenho. Se fosse para montar
um time apenas para disputar o campeonato, eu não teria inscrito o Paulistinha”,
completa.
Mesmo sem o Paulistinha, a edição
de 2014 contará com equipes tradicionais do interior, como XV de Jaú, União São
João de Araras, Nacional e Olímpia. Mas a grande atração desta temporada é o Tanabi, que contratou o atacante paraguaio Salvador Cabañas, de 33 anos, que tenta voltar a jogar em alto nível quatro anos após ser baleado no México. Se essas equipes quiserem buscar o acesso, terão que disputar
nada menos do que 28 jogos, durante sete meses de competição, e se dar bem na
maioria deles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário